sábado, 28 de julho de 2012

Substância encontrada em planta no Brasil mostra potencial de atingir HIV que se esconde no organismo.


Substância encontrada em planta no Brasil mostra potencial de atingir HIV que se esconde no organismo.

Lucas Bonanno, de Washington
Da Agência de Notícias da Aids, de Washington
Uma das maiores dificuldades para se chegar a cura da Aids é conseguir matar todas as cópias do HIV no organismo da pessoa infectada. Os potentes medicamentos que compõem o coquetel antirretroviral conseguem atingir a maior parte dos vírus, mas sempre sobram alguns, que se escondem nos reservatórios de latência, conhecidos também como santuários virais, e numa eventual interrupção do tratamento, eles voltam a se replicar.
Um estudo que está sendo realizado pelo laboratório brasileiro Kyolab a partir de uma planta da família das Euphorbiaceae, comum no Nordeste do País, mostrou potencial de “acordar” o HIV neste local de latência, o que daria chance para os medicamentos chegarem até eles e matá-los.
“Se um dia os medicamentos conseguirem destruir todas as cópias de HIV no corpo, até mesmo aquelas que ficam muito bem escondidas, pode ser a descoberta da cura da aids”, explica o biólogo Diego Pandeló José, um dos pesquisadores deste estudo. “O problema é que o HIV se esconde em alguns lugares, como no sistema nervoso central, que talvez por uma própria forma de defesa do organismo, as drogas não conseguem chegar até lá”, acrescentou.
O estudo, ainda em análise em vitro, indicou uma ativação do HIV no seu estado de latência superior a 20%.
Diego, que apresentou um pôster sobre esta pesquisa durante a Conferência Internacional de Aids, em Washington, afirma que estes 20% de ativação representam muito, pois a substância analisada não mostrou nenhum tipo de toxidade.
Nas próximas semanas, os testes passarão a ser realizados em células isoladas dos pacientes e num prazo de, aproximadamente um ano, em macacos.
Aos 29 anos, Diego disse à Agência de Notícias da Aids que acredita “piamente” na cura desta doença e na possibilidade de presenciar este grande momento da história da medicina. “Digo isso com um misto de base na ciência e na fé”, finalizou.
Este estudo está sendo coordenado pelo pesquisador Renato Santana de Aguiar com apoio do professor Amilcar Tanuri, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O laboratório Kyolab, que realizada a pesquisa, é presidido pelo farmacêutico Luiz Francisco Pianowski Filho.

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