
Faça uma pausa para o cafezinho.
Além de uma boa oportunidade para aumentar a integração com a equipe, os pequenos intervalos no trabalho podem dar um upgrade na produtividade
03/10/2012 | 00:26 | THE NEW YORK TIMES
Fazer pausas frequentes permite ao trabalhador recarregar sua energia interna. Pausas individuais – uma caminhada pelo quarteirão ou um tempo sozinha em uma sala de conferências – permitem que o trabalhador retorne renovado. Mas intervalos sociais também são importantes para o bem-estar do trabalhador – e da empresa. Eles reforçam laços, melhoram a moral e aumentam as possibilidades de colaboração.
Entrevista
Karina Reis, coach de talentos
Pequenas pausas são igual a um terço a mais de produtividade
Cíntia Jungues
Fernando Smak /Divulgação

Segundo a coach Karina Reis, estudos comprovam que pequenas pausas aumentam em 30% a produtividade ao fim de um dia de trabalho.
Pequenas pausas ajudam a melhorar a produtividade no trabalho?
Sim. Pausas pequenas para andar, respirar e refletir são necessárias para o processo criativo e para a produtividade, por trazer maior conforto, relaxamento e prazer no desenvolvimento das atividades. Além de proporcionar o cuidado com o físico, já que ficar muito tempo na mesma posição traz desgaste, dores físicas e desconforto e isso interfere diretamente no raciocínio.
Além da produtividade, a qualidade do trabalho também melhora?
Existem pesquisas que demonstram que um corpo que se movimenta aumenta em 46% sua capacidade de aprendizado e criação de novas possibilidades de exercer seu trabalho. Até mesmo para trabalhos em que a rotina predomina, existem diversas possibilidades de execução. Permitir essa pausa e experimentar novas possibilidades pensando num melhor resultado pode fazer grande diferença no resultado final do dia a dia.
As empresas brasileiras estimulam a realização de pequenos intervalos?
As organizações podem sim, trazer esse conceito para a prática, estimulando o uso inteligente do ócio, transformando os momentos de descanso em ócio criativo. Porém, não se trata apenas da postura das empresas, mas da consciência de cada profissional em cuidar de si e saber que o uso pleno das suas capacidades mentais depende da integridade do corpo e da mente.
E você?
Acredita que fazer pequenas pausas melhora sua disposição para o trabalho? A sua empresa possui um local adequado e com um bom cafezinho?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br e compartilhe conosco a sua opinião sobre o tema.
O que nos leva de volta ao cafezinho. Recentemente, a Sociometric trabalhou com uma empresa farmacêutica que tinha vários espaços para lanchar, porém, não tinha lugares para sentar. Além disso, os empregadores tiveram de pedir desculpas a Waber pela falta de qualidade do café.
Isso representava “a perda de uma grande oportunidade”, segundo ele. Após analisar padrões de comunicação entre os trabalhadores, a Sociometric recomendou que a empresa removesse muitos dos espaços menores para criar uma única e grande área de reunião central com um espaço amplo com lugares para sentar – além de um café melhor. Como resultado, as pessoas começaram a se misturar com uma variedade maior de colegas, e os níveis de colaboração e desempenho melhoraram, segundo Waber.
As pausas também servem para desabafar. Considerem, por exemplo, a experiência da Sociometric com os call centers de um grande banco. O banco achava que seria mais eficiente fragmentar as pausas dos trabalhadores para evitar que muitas pessoas de um time descansassem ao mesmo tempo. O conselho da Sociometric, porém, foi justamente o oposto: membros de uma mesma equipe deveriam fazer intervalo juntos. “Os resultados foram um aumento de 25% no número de ligações atendidas e uma redução do estresse dos empregados”, disse Waber.
Ninguém era forçado a socializar com os colegas nos intervalos, mas a nova rotina criou um ambiente natural para os empregadores desabafarem seus problemas e procurarem ajuda um do outro, segundo ele.
Não faz muito sentido a empresa mandar os empregados para a sala de intervalos. Exigir que eles socializem com os demais pode ser estressante, e, por mais que ajude a adiantar o trabalho ou os planos de carreira, pode ir contra a função do intervalo de restaurar as energias, segundo John P. Trougakos, professor assistente de administração na Universidade de Toronto Scarborough e da Faculdade Rotman de Administração.
Tradução: Adriano Scandolara
Um bom momento para grandes ideias
Empresas de tecnologia há muito adotaram o conceito das pausas voluntárias em grupo como um atalho para a criatividade e a colaboração. Na verdade, a ideia do Gmail, o servidor de email do Google, foi concebida pela primeira vez por um pequeno grupo em um dos cafezinhos do Google, disse Katelin Todhunter-Gerberg, associada sênior da equipe de comunicações do Google.
Além de cafés e cantinas, o Google também dispõe de mesas de pingue-pongue, sinuca, videogames e uma pista de boliche que pode ser usada como sala de conferências. Os empregados podem ainda caminhar, andar de bicicleta e treinar corrida juntos, além de formar grupos para atividades como degustação de vinho.
As pausas fazem bem à saúde, pois motivam as pessoas a sair de suas cadeiras. Há muitas provas de que períodos prolongados na mesma posição oferecem riscos à saúde dos trabalhadores e que as pessoas que se movem ao longo do dia são mais saudáveis do que as que permanecem sentadas.
É por isso que Toni Yancey, professora de serviços de saúde na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, defende as pausas para exercícios em grupo. Seus estudos demonstraram que esse exercício pode reduzir as faltas por doença e indenização aos trabalhadores.
Ela desenvolveu uma série de exercícios para pessoas que são “os típicos adultos sedentários acima do peso”, vestindo quase qualquer tipo de roupa. Idealmente, os exercícios devem ser realizados em duas sessões de 10 minutos cada, ao longo da jornada de trabalho. As pessoas podem dançar ao som de um ritmo como salsa ou, então, imitar os movimentos do beisebol de arremessar e rebater uma bola. Yancey valoriza a participação voluntária em um programa estruturado apoiado pela diretoria. A força do grupo, segundo ela, supera – e muito – as boas intenções individuais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário